segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Quando a ficha cai e você tem sua primeira crise de choro

  Como escrevi anteriormente, decidimos imigrar há 1 ano atrás. Na medida em que os meses vão passando e você muda algumas coisas na sua rotina, a realidade da imigração vai batendo na sua porta. Lentamente você começa a pensar sobre o quanto você ama algumas pessoas, lugares e situações. Obviamente a saudade precoce (existe isso?) começa a bater e apertar o peito.
   Vou levar meus cachorros, as nossas famílias estão de acordo com a nossa imigração (e são bem digitais para nos comunicarmos), os amigos estão sempre presentes (virtualmente também estarão). Essas coisas vão apertar muito a saudade, mas ouvir a voz vai abrandar o sentimento. E os lugares? As atividades? A cultura da sua região? O gosto da comida? A praia? O calor???? O que fazer? Como será? Como vou matar a saudade?
   Eu sou apaixonada pela cultura do meu estado e tenho verdadeiro amor pela minha cidade. Um fim de semana desses eu estava na parte histórica dela, que amo de paixão, acompanhando um cortejo lindo de carnaval tradicional (sempre amei, me arrepio dos pés a cabeça com ele) e, de repente, me bateu uma bad tão bad que as lágrimas BROTARAM dos olhos e eu me peguei cantando as músicas aos prantos. Chorei que soluçava pensando em não ter mais isso na minha vida. Foi totalmente inesperado, fiquei passada. Meu marido me consolava com tapinha nas costas. Cena indescritível e extremamente engraçada quando me recordo agora.
   E assim foi... sei que foi o primeiro de muitos. Sei da sinceridade da dor de deixar uma vida para trás em busca de um recomeço. Sei que tudo fará falta. Sei que muitas lágrimas serão derramadas para várias despedidas de tudo e de todos. Mas um recomeço será construído. Novos amigos, novas carreiras, nova rotina. O coração guardará a família, os amigos, os lugares, os sabores. O coração sempre será brasileiro.

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