sexta-feira, 17 de março de 2017

English?

     E quando você acha que tá arrasando no inglês e trava? kkkkk É triste,viu? Eu tinha um inglês bem mixuruca quando resolvi imigrar e imediatamente me matriculei em curso. Estudo algumas horas por semana e sei que hoje eu não passaria fome (e nem comeria hot dog e milk shake). Estou me dedicando muito para ir embora do Brasil fluente. Até porque o Canadá exige. Eles não tem mais nenhum processo imigratório para intercambista. Só visto de estudo mesmo.
     Nisso, como todos os temas envolvendo o sofrido processo imigratório, passamos por altos e baixos. Em alguns dias estou plenamente confiante na velocidade do meu aprendizado. Em outros bate um desespero e a impressão é que jamais conseguirei viver com outro idioma, que ele jamais fará com que eu consiga realmente me expressar e que eu, a pessoa que mais fala na vida, terei dificuldade de comunicação. Me deixei a pé, me deixe com -30°c, me apresente uma comida estranha... MAS NÃO ME DEIXE MUDA! 
     Eu falo tanto que também escrevo. Muito. Desde sempre. Sempre tive blog, sempre fiz amigos através de blogs, sempre tive um número de rascunhos muito maior do que número de posts publicados. Será que um dia atingirei a fluência necessária nesse idioma? Será que um dia vou conseguir cursar francês e pensar: Consegui o segundo idioma, já posso me jogar no terceiro.
     Só deus sabe...
     Mas continuo aqui escrevendo.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Quando a ficha cai e você tem sua primeira crise de choro

  Como escrevi anteriormente, decidimos imigrar há 1 ano atrás. Na medida em que os meses vão passando e você muda algumas coisas na sua rotina, a realidade da imigração vai batendo na sua porta. Lentamente você começa a pensar sobre o quanto você ama algumas pessoas, lugares e situações. Obviamente a saudade precoce (existe isso?) começa a bater e apertar o peito.
   Vou levar meus cachorros, as nossas famílias estão de acordo com a nossa imigração (e são bem digitais para nos comunicarmos), os amigos estão sempre presentes (virtualmente também estarão). Essas coisas vão apertar muito a saudade, mas ouvir a voz vai abrandar o sentimento. E os lugares? As atividades? A cultura da sua região? O gosto da comida? A praia? O calor???? O que fazer? Como será? Como vou matar a saudade?
   Eu sou apaixonada pela cultura do meu estado e tenho verdadeiro amor pela minha cidade. Um fim de semana desses eu estava na parte histórica dela, que amo de paixão, acompanhando um cortejo lindo de carnaval tradicional (sempre amei, me arrepio dos pés a cabeça com ele) e, de repente, me bateu uma bad tão bad que as lágrimas BROTARAM dos olhos e eu me peguei cantando as músicas aos prantos. Chorei que soluçava pensando em não ter mais isso na minha vida. Foi totalmente inesperado, fiquei passada. Meu marido me consolava com tapinha nas costas. Cena indescritível e extremamente engraçada quando me recordo agora.
   E assim foi... sei que foi o primeiro de muitos. Sei da sinceridade da dor de deixar uma vida para trás em busca de um recomeço. Sei que tudo fará falta. Sei que muitas lágrimas serão derramadas para várias despedidas de tudo e de todos. Mas um recomeço será construído. Novos amigos, novas carreiras, nova rotina. O coração guardará a família, os amigos, os lugares, os sabores. O coração sempre será brasileiro.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Estou sem mesa!!

  Quando você decide imigrar e se dá conta do montante que terá que ter disponível, bate um certo desespero. Você imediatamente começa a pensar no que vai cortar, como vai investir e a fazer a conta de quanto tempo levará até ter o valor necessário. E esse valor só aumenta na medida em que você passa a estudar mais detalhadamente sobre custo de vida, escolha de província, tipo de curso e muitas, muitas outras escolhas.

Mas, o que fazer para levantar verba?

  Poupe. Em tudo, com todos. Poupe até o pensamento, se te gerar verba. Leia sobre investimentos, encontre o mais adequado para você e passe a fazer compras inteligentes. Preserve seus bens. Não precisa economizar e comprar mal. Compre bem. Compre ciente de uma futura venda porque imigrar significa levar sua vida em duas caixas de 32kg cada. 
  Eu precisei, ao mesmo tempo, comprar uma cama, uma mesa para a sala e um notebook. Você vai imigrar, mas vive uma vida aqui até lá. Minha escolha foi a cama. Precisamos dormir bem para sobreviver a esse período pré-imigração infernal. Compramos uma excelente cama que está nos rendendo ótimas noites de sono e com isso, discernimento para continuar estudando inglês e organizar nosso futuro. 
  O notebook está aqui, descarregando se alguém tocar na tomada, dando uns choques de vez em quando, sempre que ligamos ele pede para reiniciar, mas está aqui ainda. Sobreviverá o máximo possível porque precisaremos de um novo no Canadá para o College. O que puder ser adiado para mais perto, adiaremos (mas o custo dele está no planejamento!!), 

E a mesa?

A mesa? Virou um trapo, já foi jogada fora. Eu estava pesquisando umas lindíssimas para comprar quando decidimos imigrar. Resolvi que comer no sofá é moderno. Ousado. Clean. Adoro assistir TV mesmo...

domingo, 1 de janeiro de 2017

Vamos simbora!





 Iniciar um blog no dia 01 de Janeiro não é promessa de ano novo. É aproveitar o feriado para executar uma vontade que tenho desde o começo de 2016, quando decidimos pela imigração. Quem quiser que odeie 2016. Para nós, ele foi um divisor de águas. Sabe aquele velho e sábio ditado que diz que "Toda grande caminhada começa com o primeiro passo"? Concordo com ele, mas acrescento um pensamento: Começa com a DECISÃO de tomar o primeiro passo. Hoje, um ano após tomar a decisão de imigrar, venho começar a relatar nossa jornada. Preciso registrar essa luta por três motivos: Desabafar os sufocos, compartilhar conhecimento e, no futuro, ler esses registros e ter orgulho da nossa jornada, do nosso maior desafio e da maior e mais difícil decisão tomada. Que venha o nosso tão sonhado e já tão amado Canadá.